Gestão de projetos: o que é e quais são seus benefícios?

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O que você vai aprender

A gestão de projetos é uma metodologia de gerenciamento para atingir objetivos. Ela ocorre a partir da aplicação de um conjunto de práticas, conhecimentos, habilidades e experiências.

Portanto, sua aplicação é essencial para que o desenvolvimento do projeto seja realizado com fluidez e precisão. Dessa forma, ela impede divergências entre os planos iniciais e o resultado final.

O que é gestão de projetos?

A gestão de projetos é responsável por conduzir e garantir que o projeto aconteça da melhor maneira, sem falhas, ou com a menor quantidade possível delas. Mas, afinal, o que é um projeto?

O projeto, segundo o PMBOK (Project Management Body of Knowledge), define-se como o esforço temporário empreendido para criar um produto, um serviço ou um resultado único e exclusivo. O Project Management Institute (PMI), instituição mais renomada do mundo na área, elaborou o guia.

Em suma, ele possui as seguintes características:

  • Possui início, meio e fim, ou seja, tem um esforço temporário;
  • Realiza-se por etapas com evolução progressiva;
  • Gera resultados únicos e exclusivos;
  • Sua elaboração é progressiva;
  • Possui escopo e recursos definidos.

Além das características relacionadas, ele possui algumas etapas consideradas como os ciclos de vida do projeto. Confira abaixo:

Iniciação 

Nesta primeira etapa, coleta-se todas as informações pertinentes ao projeto que o justificam. Aqui, a equipe e o gestor verificam a viabilidade de execução e os custos necessários.

Organização 

Aqui emprega-se um detalhamento ainda maior sobre o projeto. Nesse sentido, abordam-se os requisitos, os prazos, as restrições, os orçamentos, o plano de comunicação, o plano de risco e os recursos necessários. Além disso, ocorre a definição de atribuições para todos.

Portanto, o principal objetivo dessa etapa é realizar um plano que guie o projeto até atingir seu resultado, com o máximo de precisão possível.

Execução 

Aqui, é o momento da mão na massa. Ou seja, onde é posto em prática tudo o que se planejou para o projeto. Portanto, coordena-se a utilização dos recursos e a equipe, mantendo-a motivada e engajada. Vale destacar, ainda, o gerenciamento do tempo. 

É essencial que a execução seja realizada com o máximo de qualidade possível, pois a gestão de projetos tem que estar determinada a alcançar essa excelência. 

Monitoramento e Controle 

Essa etapa é realizada juntamente com a execução, pois visa garantir que o que está sendo realizado está de acordo com o objetivo do projeto e seguindo o que foi planejado. Aqui são analisadas as variações, as tendências, os erros e as solicitações de mudanças, se necessárias.

Encerramento

É a etapa de finalização formal do projeto, que pode ou não estar com pendências. Além de oficializar o encerramento da obra, debatem-se pontos positivos e negativos do projeto. Nessa fase também são compartilhadas as experiências que foram proporcionadas.

O bom gerenciamento de todas essas etapas, do início ao fim, é fundamental para que se tenha êxito na busca pelo objetivo do projeto. E a gestão de projetos tem como objetivo ser assertiva na coordenação e gerenciamento de todo o projeto.

A importância de uma boa gestão de projetos

Uma boa aplicação da gestão de projetos diminui o risco de fracasso, pois controla todas as suas etapas mencionadas anteriormente. Dessa forma, gerencia a execução do projeto de forma eficiente, assegurando a qualidade nos resultados. Isso otimiza recursos e, por fim, ajuda a atingir o objetivo.

Ela também agrega mais valor ao negócio, minimizando os possíveis retrabalhos. Portanto, a gestão de projetos eficiente, ao realizar um acompanhamento saudável e constante em todo o projeto, beneficia a todos.

Ademais, a gestão de projetos eficiente é um diferencial competitivo, pois deixa a empresa mais ágil e dinâmica. Isso é um grande passo à frente da concorrência tanto na busca quanto na fidelização de clientes. 

Metodologias da gestão de projetos: 

No mercado atual de gestão de projetos, diversas metodologias são amplamente utilizadas para garantir organização, controle e sucesso na execução das iniciativas. Entre as principais, destaca-se o PMBOK (Project Management Body of Knowledge).

Essa abordagem não é uma metodologia rígida, mas sim um guia que reúne um conjunto de boas práticas, diretrizes e processos aplicáveis ao gerenciamento de projetos em diferentes áreas. O PMBOK é estruturado em cinco grupos de processos (Iniciação, Planejamento, Execução, Monitoramento e Encerramento) e dez áreas de conhecimento, como escopo, tempo, custo, qualidade e riscos, proporcionando uma visão abrangente e integrada da gestão de projetos.

As características do PMBOK o tornam ideal para projetos de alta complexidade e previsibilidade, especialmente em setores como engenharia, construção civil, indústria e tecnologia da informação tradicional. 

Sua aplicação exige um alto nível de planejamento, documentação e controle, sendo especialmente útil em ambientes organizacionais que valorizam padronização e conformidade com normas. Ao adotar tais práticas, as empresas conseguem minimizar riscos, aumentar a eficiência dos processos e alcançar os objetivos estratégicos com maior segurança e previsibilidade.

Ferramentas e softwares de gestão de projetos: 

A utilização de ferramentas especializadas é essencial para uma gestão de projetos eficaz. Esses recursos não apenas auxiliam no planejamento das etapas, mas também desempenham um papel estratégico na organização, execução e monitoramento das atividades ao longo do ciclo de vida do projeto. Abaixo, destacamos algumas das principais ferramentas utilizadas e como elas contribuem para o sucesso da gestão:

  • Microsoft Project: Ideal para projetos complexos, o Microsoft Project permite a criação de cronogramas detalhados, com definição de tarefas, dependências, prazos e alocação de recursos. É amplamente utilizado por gestores que precisam de um controle rigoroso do tempo e do orçamento.
  • Trello: Com uma interface intuitiva baseada em quadros e cartões, o Trello é excelente para o acompanhamento de tarefas e o trabalho colaborativo. Muito utilizado em metodologias ágeis como o Kanban, permite que as equipes visualizem facilmente o progresso das atividades e identifiquem gargalos no processo.
  • Asana: Focado na produtividade e colaboração, o Asana facilita a divisão de grandes projetos em tarefas menores, com definição clara de responsáveis e prazos. Sua estrutura flexível permite acompanhar metas e indicadores de desempenho, promovendo maior transparência e responsabilidade entre os membros da equipe.
  • Jira: Bastante utilizado por equipes de desenvolvimento de software, o Jira é uma ferramenta robusta para o gerenciamento de projetos ágeis, como Scrum e Kanban. Ele permite a criação de sprints, o acompanhamento de bugs e a análise de desempenho por meio de relatórios e gráficos detalhados.
  • Monday.com: Versátil e visualmente atrativo, o Monday.com se adapta a diversos tipos de projetos e setores. Oferece funcionalidades como automações, dashboards personalizáveis e integração com outras ferramentas, facilitando o controle do andamento das atividades e a comunicação entre os envolvidos.

Cada uma dessas ferramentas pode ser escolhida de acordo com as características do projeto e o perfil da equipe. Ao utilizar esses softwares, os gestores ganham mais controle sobre os processos, melhoram a comunicação entre os participantes e aumentam as chances de entrega dentro do prazo, do escopo e do orçamento planejados.

Certificações em gestão de projetos: 

As certificações em gestão de projetos agregam valor ao comprovar o conhecimento e a experiência dos profissionais. A PMP (Project Management Professiona) e a CAPM (Certified Associate in Project Management), do PMI (Project Management Institute), são reconhecidas globalmente e indicam domínio das boas práticas do PMBOK, aumentando a credibilidade e a empregabilidade dos profissionais. A PMP é voltada para profissionais experientes, enquanto a CAPM é ideal para iniciantes.

Outras certificações importantes são a CSM, focada em Scrum e metodologias ágeis, e a PRINCE2 (Foundation e Practitioner), que traz uma abordagem mais estruturada e voltada para controle e governança. Para as empresas, contar com profissionais certificados melhora a eficiência, a padronização e o sucesso dos projetos.

8 benefícios da gestão de projetos

Uma boa gestão de projetos traz impactos positivos significativos para as organizações, contribuindo para entregas mais eficientes, alinhadas aos objetivos do negócio e com maior qualidade.

Ao aplicar práticas bem estruturadas, é possível garantir mais controle, organização e clareza nas atividades, favorecendo o desempenho das equipes e a satisfação dos clientes. Além disso, a gestão eficaz ajuda a reduzir falhas, otimizar recursos e aumentar a competitividade no mercado.

Entre os principais benefícios, estão: 

  • maior organização e planejamento;
  • redução de riscos;
  • aprimoramento da comunicação;
  • melhoria na tomada de decisões com base em dados;
  • maior controle e previsibilidade dos resultados;
  • aumento da satisfação do cliente pelas entregas de qualidade;
  • fortalecimento da competitividade da empresa frente ao mercado.

Gestão de projetos: como implementar nas empresas

A metodologia da gestão de projetos potencializa a chance de você atingir o objetivo do seu projeto. Contudo, é necessário se atentar à forma de aplicação.

Confira, a seguir, os passos para ter uma gestão eficiente:

1. Metodologia

Primeiramente, escolha a metodologia certa para gerenciar seu projeto. Uma boa escolha é essencial, pois trará as ferramentas e técnicas corretas para o tipo de projeto que você irá gerenciar.

Na gestão de projetos, há dois tipos de metodologias: as tradicionais (clássicas) e as ágeis.

  1. Metodologias Tradicionais:
    Esses métodos se caracterizam pelo ciclo de vida estabelecido e preditivo, sem mudanças muito drásticas no decorrer do projeto. Aqui o intuito é seguir o cronograma do ciclo de vida e dar o “Start” na fase de iniciação,  depois realizar o planejamento.Em seguida, monitorar e controlar a execução até a finalização do projeto. Recomenda-se tais metodologias para projetos com bastante conhecimento do escopo, na qual há ciência do que e como fazer.
  2. Metodologias Ágeis:
    Ao contrário das tradicionais, as metodologias ágeis se caracterizam por serem mais dinâmicas, com grande adaptabilidade no ciclo de vida do projeto. Detalha-se o escopo  progressivamente conforme chegam as informações do projeto. Sua utilização ocorre em ambientes que mudam com frequência e em que equipes com poucas pessoas.

É interessante dizer que, quando é necessário definir o escopo do projeto, é recomendável usar metodologias tradicionais. Assim, é possível realizar um planejamento assertivo e sem grandes mudanças no decorrer do projeto.

Já se o conhecimento do escopo do projeto não é algo completo, então metodologias ágeis fazem mais sentido. Isso ocorre pois elas possibilitam maiores mudanças no ciclo do projeto, ou seja, são mais dinâmicas.

Ademais, existem métodos consagrados de gestão de projetos ágil como, por exemplo, o Scrum. Seu uso é comum nas maiores empresas do mundo. Nesse sentido, o livro de Jeff Sutherland, “Scrum: a arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo”, explicita a ineficiência dos métodos tradicionais e defende a aplicação da metodologia ágil.

2. Controlar e monitorar os indicadores

Os indicadores possibilitam identificar gargalos e controlar a gestão de projetos instantaneamente. Assim, possibilitam a tomada de decisão para melhorar o andamento do projeto o mais rápido possível.

Alguns indicadores recomendados são:

  • Valor Agregado: Relativo ao andamento do projeto, taxa que apresenta quanto do projeto já teve andamento.
  • Taxa de entrega em relação ao prazo: Relativo ao acompanhamento do prazo estabelecido ao projeto, verificando se está no ritmo correto, ou se está atrasando.
  • Taxa de custos em relação ao orçamento: Relativo ao acompanhamento do orçamento do projeto se está sendo compatível, ou se está extrapolando o orçamento inicial.
  • Taxa de retrabalho: Aqui a atenção deve ser grande, pois se a taxa de retrabalho estiver alta, significa que está consumindo tempo e dinheiro do projeto, o que é ruim, e significa que algo está errado e precisa ser repensado.
  • Desvio do prazo: Realizada mais ao final do projeto, indica o quanto a obra excedeu do prazo inicial.
  • Desvio do orçamento: Também realizada ao final do projeto, indica se houve maior lucro ou despesas ao final do projeto.

Para saber mais sobre a importância do controle de indicadores, você pode acessar nosso conteúdo exclusivo aqui.

3. Estar atento ao planejamento, reveja-o se necessário

O planejamento precisa estar junto com a equipe. Assim, atua como referência para o desenvolvimento do projeto, para que tudo que se planejou realmente aconteça. Porém, se for necessário rever o planejamento, revise-o. 

Dessa forma, as metodologias tradicionais não são as mais apropriadas, pois as mudanças efetuadas podem trazer custos altos e mais dedicação de tempo para retrabalhos. Se a metodologia ágil estiver em prática, o planejamento pode ser revisto sem grandes problemas. 

4. Capacite sua equipe, se possível

Capacite sua equipe, realizando treinamento com os mecanismos de gerenciamento que a metodologia escolhida proporciona. Familiarizá-los é importante para a aplicação do método, pois assim minimizará as perdas de produtividade quando o projeto for colocado em prática, além de diminuir retrabalhos e atrasos. Ou seja, sua equipe já estará bem preparada para utilizar os mecanismos.

Fatores de sucesso e fracasso na gestão de projetos 

O sucesso ou fracasso de um projeto está diretamente ligado a uma série de fatores que envolvem desde o planejamento até a execução e o monitoramento das atividades. Identificar esses fatores e entender como manejá-los adequadamente pode fazer toda a diferença.

Abaixo, vamos explorar os principais fatores que influenciam o sucesso ou fracasso de um projeto

Fatores de Sucesso:.

  • Planejamento detalhado e realista: Define claramente escopo, prazos, recursos e riscos.
  • Liderança eficaz: Inspira a equipe e toma decisões estratégicas.
  • Comunicação eficiente: Garante alinhamento entre todos os envolvidos.
  • Engajamento dos stakeholders: Aumenta o apoio e o comprometimento com o projeto.
  • Gestão de riscos: Antecipação e preparação para lidar com imprevistos.

Fatores de Fracasso

  • Falta de definição de escopo: Gera mudanças constantes e retrabalho.
  • Recursos inadequados ou insuficientes: Prejudica prazos e qualidade das entregas.
  • Desalinhamento com objetivos organizacionais: Diminui a relevância e o apoio ao projeto.
  • Falta de acompanhamento e controle: Impede correções e ajustes necessários.
  • Resistência à mudança: Dificulta a implementação dos resultados e inovações.

Entender esses fatores permite não apenas reagir a problemas com mais agilidade, mas também criar uma base sólida para a gestão de projetos. Um gestor que domina esses elementos tem muito mais chances de entregar valor real e gerar impacto positivo com seus projetos.

Tendências e inovações na gestão de Projetos: 

A gestão de projetos tem evoluído com a adoção crescente de metodologias ágeis, como Kanban e abordagens híbridas, que combinam práticas ágeis e tradicionais.

Essas metodologias oferecem mais flexibilidade, rapidez e foco no cliente, sendo ideais para ambientes dinâmicos e com mudanças constantes. Além disso, há um foco crescente em colaboração e entregas contínuas, alinhando os projetos aos objetivos estratégicos das organizações.

No aspecto tecnológico, o uso de inteligência artificial, automações e análise de dados tem ganhado espaço, ajudando a prever riscos, otimizar cronogramas e apoiar decisões. Ferramentas digitais modernas também promovem colaboração remota e integração entre equipes, refletindo tendências como o trabalho híbrido e as práticas mais sustentáveis. O futuro da gestão de projetos será cada vez mais digital, ágil e orientado por dados.

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