Empresa Júnior (EJ) é uma associação civil sem fins lucrativos, formada e gerida por alunos de graduação, com auxílio e orientação de professores.
Nesse sentido, o conceito de empresa júnior surgiu na França em 1967, com o objetivo de realizar pesquisas de mercado para empresas. Contudo, no Brasil, essa ideia surgiu apenas em 1987, sendo a primeira empresa júnior a EJFGV, formada e gerida por alunos da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Além disso, com mais de 1.600 empresas juniores espalhadas por todas as 27 unidades federativas do Brasil, o país mantém sua posição de liderança mundial nesse segmento. Segundo dados da Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior), em 2023, essas organizações, compostas por mais de 28.000 jovens empreendedores, realizaram mais de 24.000 projetos, gerando um faturamento superior a R$ 87 milhões.
Conheça os objetivos de uma empresa júnior
Os principais objetivos de uma empresa júnior são:
- Estimular o aprendizado prático nas universidades;
- Aproximar o mercado de trabalho do ambiente acadêmico;
- Desenvolver projetos de consultoria na área da graduação;
- Oferecer a oportunidade para os estudantes de gerir uma organização com autonomia.
Nesse sentido, na maioria das vezes, a empresa júnior é o primeiro contato dos estudantes com o mercado de trabalho. Sendo assim, ela propicia desafios que dificilmente os estudantes teriam a oportunidade de vivenciar antes de se formar. Em suma, além de ser um ótimo jeito de adquirir conhecimento técnico, a EJ impulsiona o desenvolvimento de soft skills.
Benefícios da EJ: para empresas, estudantes e universidade
Hoje, há muitas empresas juniores no Brasil em um movimento que pretende aumentar sua influência social e econômica, ganhando cada vez mais importância para a sociedade. Dessa forma, as empresas juniores contemplam a necessidade de três públicos principais: os alunos, as empresas e as universidades.
Estudantes
As empresas juniores são uma forma prática de desenvolver as competências adquiridas dentro das cadeiras da graduação. Ou seja, é onde os estudantes podem ter um contato maior com o ambiente do mercado de trabalho, lidando com desafios e empreendedorismo ainda na fase de formação. Portanto, a experiência em EJ resulta em desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional.
Universidades
Para as universidades, a empresa júnior é uma forma de garantir a reputação e, dessa forma, se tornar uma instituição cada vez mais atraente para alunos e parceiros.
Empresas
Já para as empresas, a empresa júnior é uma oportunidade única de ter acesso a projetos de consultoria de alto nível com custos mais baixos que os do mercado. Isso ocorre pois a EJ é uma organização sem fins lucrativos, e todo o seu lucro é destinado para a capacitação dos membros.
Ou seja, as empresas juniores ajudam a oxigenar o ambiente corporativo com uma visão externa e embasada em estudos acadêmicos e atuais de práticas da área. Sendo assim, ao contratar uma EJ, você está ajudando no desenvolvimento da sociedade como um todo e impulsionando o futuro do mercado de trabalho.
Impacto e contribuições sociais
O impacto das empresas juniores vai muito além do ambiente universitário. Ao prestar serviços de consultoria com qualidade e propósito, as EJs contribuem diretamente para o desenvolvimento econômico e social das comunidades onde estão inseridas. Esse papel transformador pode ser observado em diversos projetos que geram valor real para micro e pequenas empresas, organizações do terceiro setor e empreendedores locais.
Um dos exemplos mais inovadores realizados pela EPR Consultoria foi o desenvolvimento de um projeto de análise de viabilidade para a criação de uma pré-escola nos Estados Unidos. Mesmo antes da instituição existir formalmente, a equipe foi responsável por prever todos os custos futuros relacionados à operação do negócio, desde despesas fixas até investimentos iniciais.
Além disso, a EPR conduziu uma pesquisa de mercado com escolas já estabelecidas na região, por meio de entrevistas em inglês, a fim de avaliar o potencial de aceitação e sucesso do novo empreendimento. O caráter inovador do projeto esteve justamente na capacidade de projetar cenários financeiros e operacionais para uma organização ainda inexistente, oferecendo ao cliente dados concretos e estratégicos para embasar sua decisão de investimento.
Esses exemplos mostram como as empresas juniores atuam como um elo entre o conhecimento acadêmico e a realidade do mercado, oferecendo soluções acessíveis e eficientes para negócios que, muitas vezes, não teriam condições de contratar consultorias tradicionais.
Além disso, fomentam o empreendedorismo local e incentivam o desenvolvimento sustentável das regiões onde atuam, contribuindo para a geração de renda e para o fortalecimento das economias locais.
Ao se envolver com causas sociais e com o fomento ao ecossistema empreendedor, as EJs reafirmam seu compromisso com a transformação da sociedade por meio da educação prática, da inovação e da colaboração.
Como criar uma empresa júnior? Confira processos
Quer saber como montar uma empresa júnior? Separamos aqui um passo a passo das ações que devem ser estruturadas, além de qual a documentação necessária para a oficialização da EJ.
Passo a passo:
- Reunir uma equipe de universitários comprometida e conduzir o processo de fundação;
- Definir um modelo de negócio;
- Definir o benchmarking;
- Formular uma proposta de valor da empresa;
- Definir o crédito financeiro;
- Estruturar um planejamento estratégico.
Assim que todos esses pontos estiverem definidos, deve-se buscar o suporte da instituição de ensino superior (IES). Nesse sentido, ela auxilia na formalização e disponibilização de um espaço físico para a empresa júnior.
Documentação
Em relação a regularização da empresa júnior, é necessário emitir alguns documentos, como:
- Estatuto social;
- Ata de fundação, eleição e posse;
- Certidão de aprovação.
Portanto, ao final de tudo isso, a Empresa Júnior possuirá CNPJ próprio, inscrição municipal e Conceito Nacional de Empresa Júnior (CNEJ).
O processo de entrada de novos membros e consequente troca de gestão nas empresas juniores é feito por processos seletivos específicos. Sendo assim, tais seleções são separadas em etapas, com dinâmicas em grupos, provas e entrevistas. Dessa forma, é possível analisar se os concorrentes estão de acordo com os valores da EJ, pois serão eles os futuros responsáveis por representá-la.
Aspectos legais e regulamentação
A atuação das empresas juniores no Brasil é respaldada por uma legislação específica, que garante segurança jurídica e orienta seu funcionamento.
A Lei nº 13.267, sancionada em 6 de abril de 2016, é o principal marco legal do Movimento Empresa Júnior no país. Ela estabelece as diretrizes para a constituição, organização e atuação dessas entidades, garantindo que operem de forma alinhada aos seus princípios educacionais e sociais.
Entre os principais requisitos legais, destaca-se a obrigatoriedade de vínculo com uma instituição de ensino superior. Isso significa que a EJ deve estar formalmente ligada a uma universidade ou faculdade, com atuação restrita à área de formação acadêmica dos seus membros.
Além disso, é fundamental que a empresa júnior atue sem fins lucrativos, ou seja, todo o valor obtido com a realização de projetos deve ser reinvestido na capacitação dos membros e no desenvolvimento da própria organização.
Cumprir esses requisitos legais não é apenas uma exigência formal: trata-se de um fator essencial para a credibilidade da empresa júnior. A conformidade com a lei garante o reconhecimento institucional, facilita parcerias com outras organizações e reforça a confiança de clientes, universidades e da sociedade como um todo.
Além disso, é o que possibilita o registro no Conceito Nacional de Empresa Júnior (CNEJ), documento que comprova oficialmente a natureza e a regularidade da EJ.
O que é MEJ e qual sua relação com empresas juniores?
MEJ é o Movimento Empresa Júnior, que teve início em 1967, na França, e representa as empresas juniores de todo o Brasil. O propósito do MEJ é formar universitários empreendedores comprometidos e capazes de transformar o país através da transparência, da sinergia e do foco nos resultados.
O MEJ tem como objetivos principais:
- Intensificar o aprendizado por projetos, gestão e cultura;
- Fundamentar a capacitação;
- Alavancar a capacidade de realização;
- Formar equipes de alta performance;
- Fortalecer o empreendedorismo;
- Aumentar a participação no mercado;
- E criar uma comunidade de pós-juniores em todo país.
Dessa forma, o MEJ não se limita apenas à existência das empresas juniores, mas as utiliza como ferramentas de transformação pessoal, profissional e social. Ao promover experiências práticas desde a graduação, o movimento contribui para a formação de líderes mais conscientes, proativos e conectados com os desafios reais do país. Assim, o MEJ se consolida como um importante agente de mudança, que empodera jovens universitários a impactarem positivamente o mercado e a sociedade por meio do empreendedorismo e da excelência na execução de projetos.
3 mitos sobre empresa júnior para abandonar agora
Há vários mitos relacionados ao trabalho de uma empresa júnior que atrapalham o crescimento dessas instituições no mercado de trabalho. Selecionamos alguns deles abaixo, buscando desmistificá-los:
“EJs não fazem projetos complexos e desafiadores”
Há vários projetos complexos e de alto nível sendo realizados por estudantes de empresas juniores das mais diversas áreas. Podemos trazer como exemplo disso um projeto da EPR em uma grande rede varejista de moda.
Nesse sentido, a EPR desenvolveu uma ferramenta com 87% de precisão para simular os processos com todas as suas possíveis variáveis. Portanto, ela informava a capacidade produtiva, o tempo despendido em cada etapa, os recursos necessários e a melhor combinação junto aos recursos disponíveis. Hoje, são 73 lojas espalhadas pelo Brasil que utilizam a solução desenvolvida pela EPR.
“Trabalhar em empresa júnior não acrescenta nada para a carreira profissional, é só um passatempo”
É nas empresas juniores que muitos estudantes têm contato direto com o mercado de trabalho e negociações pela primeira vez. Isso ocorre através da elaboração de propostas, contratos e projetos para pequenas, médias e grandes empresas.
Além disso, é um ponto muito marcante na carreira, visto que possibilita a vivência em um ambiente empresarial e a experiência de lidar com processos seletivos.
“Não vale a pena trabalhar em uma EJ, visto que é um trabalho voluntário e não vou receber nada em troca”
Ao participar de uma empresa júnior, o estudante estará investindo no próprio futuro, e não apenas trabalhando sem receber nada em troca. Afinal, todo o dinheiro advindo de projetos é despendido na capacitação dos membros.
Essa medida permite o crescimento profissional, o networking e o desenvolvimento de competências essenciais para se diferenciar no mercado de trabalho.
Como você viu até aqui, fazer parte de uma empresa júnior vai muito além de uma atividade extracurricular, sendo uma verdadeira jornada de crescimento, aprendizado e impacto.
Para as empresas, é a oportunidade de contar com soluções inovadoras, personalizadas e com excelente custo-benefício. Para estudantes, é o caminho para adquirir experiência prática, desenvolver habilidades e se destacar no mercado. E para a sociedade, é uma rede de transformação movida por jovens comprometidos com um futuro melhor.
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