Lean six sigma é uma metodologia utilizada para otimizar processos e diminuir a variabilidade de produtos e serviços. Assim, aumentando a produtividade e a qualidade dentro das empresas.
No texto abaixo, serão apresentados os conceitos da filosofia lean, do método six sigma e como a junção de ambos se tornou um dos modelos de melhoria contínua mais eficiente do mercado. Também será explicado quando e como aplicar o lean six sigma, além das ferramentas e certificações utilizadas na metodologia.
O que é o lean six sigma?
Lean six sigma é uma metodologia que combina as abordagens do lean manufacturing e do six sigma para melhorar a eficiência dos processos de uma empresa. Esse método tem como objetivo a eliminação de defeitos e a redução da variabilidade dos processos da produção. Nesse sentido, visa a melhoria contínua da qualidade dos produtos e serviços oferecidos pela empresa, ao mesmo tempo em que reduz custos e aumenta a satisfação do cliente.
Esse método utiliza de técnicas e ferramentas para medir e analisar tanto a eficiência dos processos quanto a qualidade alcançada por eles. O lean six sigma é uma metodologia aplicável em diversos setores de mercado, com o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade das empresas.
Qual a origem do lean six sigma?
O lean manufacturing, também conhecido como produção enxuta, surgiu no Japão na década de 1950. Teve seu desenvolvimento pela Toyota com objetivo reduzir desperdícios na produção, como processos e atividades que não agregam valor ao cliente.
Dessa forma, ele funciona como uma filosofia dentro das empresas, e portanto todos os funcionários precisam absorver os conceitos para que perdas e desperdícios sejam eliminados.
Já o six sigma é uma metodologia de qualidade desenvolvida nos Estados Unidos nos anos 1980 pela Motorola. Ela tem o objetivo de reduzir a variabilidade dos processos, produtos e serviços de uma empresa, diminuindo a chance de ocorrerem defeitos e aumentando a satisfação dos clientes.
O six sigma tem como base a busca contínua pela perfeição, visando resultados com 99,99966% livre de defeitos.
Após um curto período, constatou-se a sinergia entre os dois métodos, dando origem ao lean six sigma. Essa abordagem promove uma cultura organizacional voltada à melhoria contínua, por meio de práticas específicas, o que resulta na redução de desperdícios e na garantia da qualidade dos processos.
Qual a importância do lean six sigma para o seu negócio?
A implementação do lean six sigma pode trazer inúmeros benefícios para uma empresa. Primeiramente, é possível identificar e eliminar atividades desnecessárias e ineficientes, resultando em processos mais eficientes e com menor tempo de execução.
Além disso, a metodologia busca reduzir a variabilidade e o número de defeitos nos processos, melhorando a qualidade do produto ou serviço oferecido e, consequentemente, aumentando a satisfação do cliente.
Do mesmo modo, a eliminação de desperdícios e atividades desnecessárias também pode reduzir os custos e aumentar a rentabilidade da empresa.
A aplicação do método promove o desenvolvimento de uma cultura de melhoria contínua na empresa. Para tanto, a metodologia incentiva a busca constante pelo aprimoramento dos processos e cria uma cultura de excelência nas organizações. Nesse sentido, torna os funcionários mais envolvidos na identificação e eliminação de desperdícios.
Como resultado, se percebe um aumento de produtividade e otimização dos processos, tornando a empresa mais ágil e competitiva no mercado.
Quando usar o lean six sigma?
A utilização do lean six sigma abrange uma variedade de setores e tipos de empresas, desde a indústria até o setor de serviços. Recomenda-se a sua aplicação em organizações que desejam melhorar a eficiência de seus processos, aumentar a qualidade de seus produtos ou serviços oferecidos, eliminar desperdícios e reduzir custos.
Ademais, a metodologia é útil para organizações que buscam desenvolver uma cultura de melhoria contínua. Pois, através do método, as empresas passam a ser mais efetivas na busca pela perfeição de seus processos. Além disso, tornam-se capazes de ser referência em qualidade e eficiência em todos os setores contemplados.
Ferramentas do lean six sigma para conhecer
Para atingir os objetivos do lean six sigma, utiliza-se diversas ferramentas e técnicas que ajudam a identificar e solucionar problemas de forma mais sistemática e estruturada.
Uma das principais ferramentas é a DMAIC, cuja sigla se refere às cinco etapas do ciclo: Define (definir), Measure (mensurar), Analyze (analisar), Improve (melhorar) e Control (controlar).
- Definir: o objetivo do projeto é estabelecido. É importante definir claramente o problema a ser resolvido, o escopo do projeto, os objetivos e as metas.
- Medir: são coletados dados e informações sobre o processo atual. É importante estabelecer uma linha de base para medir o desempenho atual.
- Analisar: os dados coletados na etapa anterior são analisados para identificar as causas-raiz do problema.
- Melhorar: são desenvolvidas soluções para resolver as causas-raiz identificadas na etapa anterior.
- Controlar: são implementadas medidas para garantir que as soluções desenvolvidas na etapa anterior sejam eficazes e sustentáveis. É importante estabelecer um plano de controle para monitorar o desempenho do processo e fazer ajustes conforme necessário.
Outras ferramentas bastante utilizadas na metodologia são:
SIPOC
O SIPOC é uma ferramenta de mapeamento de processos que ajuda a definir o escopo de um projeto, identificando os principais processos que serão otimizados durante a execução do mesmo. No lean six sigma, utiliza-se frequentemente o SIPOC na fase “definir” do método DMAIC.
O objetivo do SIPOC é proporcionar uma visão geral do processo, incluindo suas entradas, saídas e principais clientes. A ferramenta auxilia os profissionais do lean six sigma a ter uma compreensão clara do processo a ser aprimorado e definir os objetivos do projeto de forma clara e precisa.
Diagrama de Ishikawa
O diagrama de Ishikawa, também conhecido como diagrama de espinha de peixe ou diagrama de causa e efeito, é uma ferramenta de análise utilizada no lean six sigma para identificar as possíveis causas de um problema específico.
Utiliza-se frequentemente o diagrama de Ishikawa na fase “analisar” do método DMAIC. Através do mesmo, é possível aprofundar a compreensão sobre as causas de um problema e coletar dados para confirmar as hipóteses levantadas.
FMEA
FMEA é a sigla para Failure Mode and Effects Analysis, ou análise de modo e efeito de falha em português. É uma ferramenta de gestão de risco utilizada no lean six sigma para identificar e avaliar os riscos associados a um processo ou produto. Tem como objetivo principal prevenir falhas e melhorar a qualidade.
Utiliza-se frequentemente a FMEA na fase “melhorar” do método DMAIC. Na qual, pode ajudar a identificar as fontes de falha em um processo ou produto, bem como a priorizar as melhorias necessárias. Além disso, a FMEA também tem aplicação na fase “controlar” para garantir que as melhorias implementadas estejam sendo mantidas ao longo do tempo.
Lean manufacturing e lean six sigma: entenda as diferenças
Como já mencionado anteriormente, lean manufacturing e lean six sigma são duas metodologias distintas que compartilham o objetivo de aumentar a eficiência dos processos produtivos de uma empresa. Apesar de terem as mesmas origens, apresentam diferenças significativas.
O lean manufacturing enfatiza a eliminação do desperdício e a melhoria da eficiência. Em contrapartida, o lean six sigma tem como foco a eliminação de defeitos, a redução da variabilidade dos processos de produção e a melhoria da eficiência.
Utiliza-se amplamente ambas as metodologias em empresas para o alcance dos objetivos específicos na melhoria dos processo.
Belts e o lean six sigma: entenda cada uma das certificações
Capacitar os colaboradores é fundamental para aplicar com competência o Lean Six Sigma em uma empresa. A metodologia conta com quatro níveis de formação, cada um com um grau distinto de aprofundamento.
Os praticantes são reconhecidos com o título de “Belt” (faixa preta, faixa verde, faixa amarela e faixa branca) que corresponde ao seu nível de experiência no método. Em outras palavras, quanto mais experiência um colaborador tiver na metodologia, maior será seu “Belt”.
Classificação
- White Belt: A obtenção dessa certificação ainda não capacita um profissional a liderar grandes projetos com a metodologia, porém, ele certamente adquire habilidades para aprimorar sua contribuição à empresa, independentemente de sua função. Esses profissionais são capazes de oferecer suporte em projetos lean six sigma para os colaboradores que possuem a certificação de yellow, green ou black belt.
- Yellow Belt: Com essa certificação, o profissional já pode se envolver de forma mais ativa em projetos de melhoria, iniciando por aqueles que possuem baixa complexidade e podem ser implementados rapidamente. Esses profissionais atuam em nível tático e fornecem suporte aos green e black belts.
- Green Belt: A certificação green belt capacita o profissional a desempenhar um papel mais proativo nos processos da metodologia lean six sigma dentro da empresa. O colaborador estará apto a liderar projetos e gerar resultados mais evidentes. Com um domínio mais aprofundado do método, esses profissionais dedicam de 20 a 30% do seu tempo em ações de melhoria contínua.
- Black Belt: A certificação de black belt é a mais elevada que um profissional pode obter em relação à metodologia lean six sigma. Com essa certificação, o profissional não só é capaz de liderar projetos na área, como também de treinar e orientar outros profissionais. Recomenda-se essa certificação para profissionais que ocupam cargos de liderança e que estejam dispostos a dedicar 100% do seu tempo à implementação do programa lean six sigma.
Veja como implementar o lean six sigma
Para implementar o lean six sigma em uma empresa, é necessário seguir alguns passos importantes. Primeiro, é preciso identificar os processos críticos. Em seguida, é necessário formar uma equipe de colaboradores com capacitação em lean six sigma para conduzir os projetos de melhoria.
A equipe de projeto deve definir objetivos claros e estabelecer indicadores-chave de performance (KPIs), além de mapear os processos críticos para entender como o trabalho está sendo feito e onde estão as oportunidades de melhoria.
A equipe de projeto deve identificar e reduzir os desperdícios nos processos, eliminando tarefas que não agregam valor e otimizando as atividades que geram valor. Em seguida, é preciso implementar as soluções definidas para melhorar os processos e monitorar os resultados para garantir que as melhorias tenham sido efetivas.
Por fim, é necessário continuar a melhoria contínua, monitorando os processos e identificando novas oportunidades de melhoria para manter a empresa em constante evolução. É importante lembrar que a metodologia deve estar em consonância com as necessidades específicas de cada organização e aos desafios enfrentados por ela.
Exemplos de aplicação do lean six sigma
O lean six sigma é uma abordagem de melhoria contínua que busca eliminar desperdícios, reduzir variações e aumentar a eficiência dos processos em uma organização. Alguns exemplos práticos de como aplicar o método em diferentes contextos são:
- Melhoria da qualidade: um hospital pode aplicar para melhorar a qualidade dos cuidados aos pacientes, reduzindo o tempo de espera, eliminando erros de medicação e melhorando a comunicação entre os profissionais de saúde
- Redução de custos: uma empresa de serviços financeiros pode aplicar para reduzir custos, eliminando atividades. desnecessárias, reduzindo o tempo de processamento e melhorando a qualidade dos serviços prestados aos clientes.
- Melhoria do atendimento ao cliente: uma empresa de varejo pode aplicar para melhorar o atendimento ao cliente, reduzindo o tempo de espera em filas, melhorando a disponibilidade de produtos e garantindo a satisfação dos clientes.