DIAGRAMA DE ISHIKAWA: O QUE É, SUAS VANTAGENS E COMO ELABORAR

Tempo de Leitura: 8 minutos

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O que você vai aprender

O Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta versátil que foi amplamente difundida nas empresas. No cotidiano empresarial, inúmeras são as situações em que enfrentam-se problemas e há a necessidade de buscar soluções rápidas, identificando suas causas. Nesse sentido, o Diagrama de Ishikawa possibilita a organização de ideias e identificação de causas de maneira assertiva e fácil. 

Portanto, este artigo apresenta a conceituação completa dessa ferramenta bem como suas principais características. Além disso, com a leitura do texto, você vai aprender como construir o Diagrama de Ishikawa na sua empresa.

O que é Diagrama de Ishikawa?

Também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito, Diagrama de 6M e Diagrama de Espinha de Peixe, o Diagrama de Ishikawa foi criado em 1943 por Kaoru Ishikawa. 

Ishikawa foi um Engenheiro do Controle da Qualidade que tinha o objetivo de identificar as causas raízes de certos problemas comumente encontrados no chão de fábrica. Dessa forma, deveria encontrar soluções para tais erros e aprimorar a qualidade dos produtos manufaturados.

Portanto, o Diagrama de Causa e Efeito é uma ferramenta da qualidade que busca organizar as informações de maneira visual e identificar as principais causas de um determinado problema. Dessa forma, é possível adotar medidas corretivas e, consequentemente, aprimorar a fluidez dos processos.

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Qual é a função do Diagrama de Ishikawa?

Por ser uma ferramenta gráfica de fácil entendimento e aplicação, o Diagrama de Ishikawa é comum na organização de ideias em equipe, com foco na identificação das causas de problemas. 

Dessa forma, a ferramenta demanda líderes organizados e comprometidos. No entanto, sua aplicação é amplamente disseminada na equipe, podendo ser utilizada tanto por colaboradores no chão de fábrica quanto pelos tomadores de decisão da empresa.

Portanto, sua principal função é a documentação gráfica das causas de um problema. Isso permite o registro dessas causas, sua priorização e a determinação de medidas corretivas. Com a eliminação da causa, consequentemente, o problema também é eliminado, o que contribui para a melhoria contínua da empresa.

Quais os benefícios do Diagrama de Ishikawa?

A construção do Diagrama de Ishikawa fornece uma visão sistêmica com alto nível de detalhamento das variáveis que estão causando problemas em um processo. Por sua vez, em muitos casos, essas variáveis estão relacionadas e causam diferentes problemas em um mesmo processo. Dessa forma, ao corrigi-las, não só os problemas atrelados a elas serão extintos, como também outros em que a causa raiz ainda não havia sido identificada. 

Assim, a solução de problemas em um fluxo produtivo tende a tornar as operações mais fluidas e sem interrupções. Dessa forma, há um impacto positivo na capacidade produtiva e na qualidade dos outputs. Ademais, é possível a adoção de medidas preventivas para evitar que haja a reincidência dos problemas. 

Além disso, no âmbito organizacional, o Diagrama de Causa e Efeito permite realizar brainstormings mais organizados e reuniões mais dinâmicas e direcionadas. Através de líderes comprometidos, essa ferramenta pode tornar o trabalho em equipe mais organizado e colaborativo. Logo, instiga a participação de todos os colaboradores na melhoria contínua da empresa, alinhando-se aos princípios do kaizen para otimizar processos de forma progressiva e sustentável.

Diferença entre Diagrama de Ishikawa e outras ferramentas de análise de causas

O Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta ideal para identificar as causas de um problema por meio de uma análise qualitativa, permitindo explorar todas as possíveis origens da questão. Diferentemente do Diagrama de Pareto, que prioriza as causas mais relevantes e adota uma abordagem quantitativa, o Diagrama de Ishikawa foca na qualidade da análise, proporcionando uma visão mais abrangente das influências sobre o problema.

Outra comparação interessante seria o Diagrama de Ishikawa com a Técnica dos 5 Porquês, o objetivo dessa técnica é encontrar a causa raiz do problema por meio da mesma pergunta sucessivamente, diferentemente do Diagrama de Ishikawa que busca identificar todas as causas possíveis. 

Dessa forma, a Técnica dos 5 Porquês é mais utilizada para aprofundar rapidamente em uma causa específica e identificar a raiz do problema com agilidade. Já o Diagrama de Ishikawa é indicado quando há múltiplas causas envolvidas, permitindo uma visão ampla de todos os fatores que contribuem para a questão.

Integração do Diagrama de Ishikawa com práticas de melhoria contínua

O ciclo PDCA (Planejar, Executar, Verificar, Agir) é um método de melhoria contínua, que segue quatro etapas essenciais para a solução de problemas e otimização de processos. A integração do Diagrama de Ishikawa com o ciclo PDCA é muito interessante, pois o Diagrama pode potencializar o método de abordagem do PDCA, sendo usado mais especificamente na etapa (planejar) identificando todas as possíveis causas do problema, que serão eliminadas na etapa seguinte (executar), e se necessário utilizar o diagrama novamente na etapa (verificar) para que tenha a certeza que todos as causas do problema foram sanadas. 

Então, é perceptível que há benefícios nesse tipo de integração de métodos de análise e melhorias, não só do Diagrama de Ishikawa com o PDCA que faz com que evolua a estrutura de planejamento, mas também em muitas outras interações interessantes.

O que são os 6Ms do Diagrama de Ishikawa?

Juntamente com a criação do Diagrama de Causa e Efeito, Ishikawa também criou seu próprio método de agrupamento de causas, o método dos 6M. É por causa dele, inclusive, que a ferramenta também é conhecida como Diagrama dos 6M. Nesse sentido, o método consiste em estabelecer categorias para os problemas, possibilitando maior assertividade para o detalhamento das causas raízes no contexto industrial. 

Os 6M, portanto, são referência para seis categorias de causas: Método, Mão-de-Obra, Material, Maquinário, Meio Ambiente e Medida. Alguns autores, no entanto, abordam apenas 4M em seus estudos, os quatro primeiros citados anteriormente, respectivamente. Desse modo, na criação do diagrama, busca-se entender quais causas estão sendo associadas a cada uma dessas categorias:

Método:

Corresponde à forma como as operações estão sendo realizadas no processo.

Mão-de-obra:

Explicita como os problemas estão sendo gerados em decorrência dos funcionários, por incompetência ou falta de capacitação.

Material:

É tudo que envolve os insumos e a matéria prima do processos, seus inputs. Dessa forma, materiais de baixa qualidade costumam ocasionar problemas nas operações. 

Maquinário:

Diz respeito aos problemas gerados por falhas nos equipamentos e máquinas. Nesse sentido, a Manutenção Produtiva Total desponta como solução para evitar falhas e interrupções no processo. 

Meio Ambiente:

Está relacionado ao clima da região e como isso influencia o processo. Engloba tanto condições corriqueiras, como a temperatura do local, como intempéries que podem vir a paralisar o processo, como tempestades. 

Medida:

Diz respeito aos instrumentos utilizados para medição bem como a realização de inspeções. Como exemplo, uma balança descalibrada pode gerar erros no embalamento de pedidos.

Diagrama de Ishikawa - 6M

Como fazer o Diagrama de Ishikawa?

A elaboração de um Diagrama de Ishikawa é simples e dinâmica, contudo é importante atentar para alguns detalhes importantes. A seguir, segue um passo a passo de como montar seu próprio Diagrama de Espinha de Peixe:

1. Problema

Defina qual o problema a ser analisado e represente-o na estrutura do diagrama, à direita da reta horizontal.

2. Equipe

Reúna uma equipe diversa, com funções em diferentes setores da empresa, e faça um brainstorming de possíveis causas, de modo que se possa ter diferentes visões e parâmetros do problema. O levantamento de causas deve ser feito até que se tenha um bom nível de detalhamento do problema como um todo.

3. Causas

Divida as causas citadas em primárias e secundárias. As causas primárias são aquelas as quais impactam o problema diretamente enquanto as secundárias impactam as causas primárias.

4. Agrupamento

Adote um critério para o agrupamento das causas em categorias relacionadas ao processo realizado na empresa. Uma possibilidade para isso é o método dos 6M, muito aplicado para o detalhamento de problemas em processos produtivos na indústria. Contudo, caso ele não faça sentido para o seu caso, você pode definir critérios para o agrupamento de causas  que possibilitem a criação de um diagrama mais assertivo.

5. Preenchimento

Finalmente, você pode preencher o diagrama, inserindo as causas primárias em seu agrupamento de origem e as causas secundárias em linhas ortogonais às causas primárias que elas impactam.

Softwares e ferramentas para criar Diagramas de Ishikawa

Existem várias ferramentas em que se tem a possibilidade de criar um Diagrama de Ishikawa, por exemplo;

Canva: Tem uma boa funcionalidade e bem intuitivo com alguns modelos prontos de diagramas, possui interação em tempo real.

Preço: Funcionalismo básico gratuito, e planos pagos com alguns benefícios, a partir de $12,99/mês.

Lucidchart: Ferramenta de fácil utilização, tem interação com o Google Drive, também possui alguns modelos prontos.

Preço: Versão gratuita possui algumas limitações, planos pagos a partir de $7,95/mês.

Miro: Possui um quadro branco colaborativo, é bom para equipes remotas pois também possui interação em tempo real, interessante para fazer brainstorming.

Preço: Plano gratuito com funções básicas, versões pagas, a partir de $8,00/mês.

Microsoft Visio: Possui integração com Microsoft 365, ferramenta profissional para empresas, ótimo para diagramas e fluxogramas.

Preço: Apenas versão paga variando entre $5,00/mês (web) até $309,99/mês

Erros comuns na construção e uso do Diagrama

Durante a utilização do Diagrama de Ishikawa alguns erros são comuns, sendo eles prejudiciais na eficácia do método de análise e também na implementação de soluções, por exemplo:

Não identificar as causas raiz é um erro comum durante a construção do diagrama, em que o indivíduo foca apenas em causas visíveis e imediatas, podendo haver a eliminação do problema superficialmente, mas as causas mais importantes e profundas ainda estão sem solução.

A falta de acompanhamento também é um erro regular na utilização do Diagrama de Ishikawa, em que as soluções implementadas não recebem o devido monitoramento, deixando de lado a avaliação dos resultados, assim, dando brechas para que o problema possa voltar a surgir. 

Além disso, também há casos em que o acompanhamento é tão superficial que são definidas soluções sem pensar no método de execução das equipes que vão realizá-los, resultando em soluções que não são implementadas adequadamente.

Dessa maneira, para certificar-se que a análise do Diagrama de Ishikawa e toda sua implementação seja eficaz, é necessário que haja o aprofundamento dos membros da equipe durante o processo de análise garantindo uma entrega maior e um comprometimento contínuo, assegurando que as implementações sejam devidamente monitoradas e a utilização do diagrama seja um sucesso. 

Exemplo de Diagrama de Ishikawa

Agora que você já sabe o que é e como montar um Diagrama de Ishikawa, vamos trazer um exemplo para facilitar a visualização. Sendo assim, supondo que, em um processo industrial, haja problemas de excesso de movimentação dos colaboradores. Portanto, deve-se reunir uma equipe e elencar as principais causas desse problema, distribuindo-as entre os 6M.

Diagrama de Ishikawa - Exemplo

Abaixo, seguem alguns exemplos:

Método:

Os processos são realizados sem organização linear das tarefas, o que faz com os operadores se movimentem entre os postos de trabalho.

Mão-de-obra:

Como não possuem capacitação, muitos colaboradores não solicitam abastecimento de matéria prima no tempo correto, o que faz com que tenham que se movimentar para solicitá-la.

Maquinário:

Como as máquinas são antigas e não possuem manutenção periódica, elas falham com frequência, o que faz com que os colaboradores tenham que se deslocar para solicitar manutenção.

Meio Ambiente:

Por causa do aumento da temperatura durante o verão, os funcionários têm que realizar mais movimentações durante o turno de trabalho para se hidratarem.

Medida:

Como os funcionários não realizam uma inspeção de qualidade lógica, como inspecionar juntos os produtos que utilizam o mesmo instrumento de medida, os funcionários realizam diversas trocas de instrumento, e com isso, movimentações desnecessárias.

Material:

Para deslocar o material de um posto de trabalho a outro, o transportador realiza movimentações desnecessárias, passando por postos que não estão envolvidos no processo. Sendo assim, quando o trajeto é maior que o necessário, há maior probabilidade de danificar a peça, comprometendo a sua qualidade e gerando desperdício.

Após se aprofundar um pouco mais sobre o que é o Diagrama de Ishikawa, quais seus efeitos e benefícios, você estará mais preparado para colocá-lo em prática, ganhe ainda mais conhecimento com o nosso e-book 5 dicas de como fazer gestão de projetos à distância e otimize seus processos.

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