Seis Sigma: o que é, benefícios e como aplicar

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O que você vai aprender

A metodologia Seis Sigma é uma das ferramentas mais eficazes para aumentar a produtividade, reduzir desperdícios e garantir a qualidade nos processos de empresas de todos os tamanhos. Ideal para profissionais detalhistas que buscam resultados concretos e mensuráveis, o Seis Sigma combina análise estatística com uma abordagem prática e disciplinada.

Neste artigo, você entenderá o que é o Seis Sigma, como ele pode transformar o desempenho da sua empresa e quais são os benefícios diretos de sua aplicação. Vamos explorar conceitos-chave de forma simples e direta, com exemplos reais e dados concretos para apoiar sua tomada de decisão.

Pronto para descobrir como o Seis Sigma pode ser a solução para os gargalos e a falta de padronização nos processos internos da sua empresa? Vamos começar!

O que é Seis Sigma?

O Seis Sigma é uma metodologia de gestão da qualidade baseada em dados e análise estatística, cujo principal objetivo é reduzir a variabilidade e eliminar defeitos em processos de qualquer área de uma empresa. Utilizando um conjunto estruturado de ferramentas e técnicas, o Seis Sigma permite identificar as causas raiz dos problemas, padronizar processos e implementar melhorias sustentáveis.

A ideia central do Seis Sigma é trabalhar para que os processos atinjam um nível de excelência em que haja no máximo 3,4 defeitos por milhão de oportunidades – daí a origem do nome “Seis Sigma”, uma referência ao nível estatístico de qualidade.

Diferente de abordagens mais intuitivas, o Seis Sigma propõe uma sequência lógica e disciplinada de etapas – Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar (DMAIC) – que permite aumentar a eficiência operacional, reduzir desperdícios e aumentar a satisfação do cliente.

Essa metodologia não é exclusiva da indústria: ela é aplicável a setores como serviços, saúde, tecnologia, finanças e qualquer área que busque padronização, redução de custos e melhoria de processos.

Para entender de que formas a EPR Consultoria pode otimizar recursos dentro da sua empresa, confira o conteúdo sobre otimização de recursos. 

O que é sigma?

Por convenção, a letra grega Sigma (Σ) representa variabilidade, ou seja, o desvio padrão, no mundo da matemática e estatística. Dessa forma, quando falamos de business, há uma adaptação deste nome estatístico, que serve para obter a taxa de desperdício ou desvio de operação. 

Assim, os engenheiros utilizam esse método para medir o coeficiente de desempenho dos processos. Portanto, analisa-se a eficiência dos processamentos através de Sigmas divididos em faixas de defeitos por milhão. Então, o Seis Sigma é a faixa de análise que garante uma taxa confiável acima de 99,9966%.

Seis Sigma - O que é?

Origem e evolução do Seis Sigma: de Motorola à GE

A metodologia Seis Sigma nasceu na década de 1980, na Motorola, quando engenheiros perceberam que a variabilidade nos processos era a principal causa de defeitos e perdas.

Liderada por Bill Smith, a Motorola implementou o Seis Sigma para medir, analisar e reduzir essas variações, criando um novo padrão de qualidade: apenas 3,4 defeitos por milhão de oportunidades. O impacto foi imediato, trazendo ganhos significativos em eficiência e redução de custos.

O sucesso foi tão grande que o conceito chamou a atenção de outras empresas. A General Electric (GE), sob a liderança de Jack Welch na década de 1990, adotou o Seis Sigma de forma abrangente. A GE aplicou a metodologia não só para melhorar a produção, mas também para processos administrativos e financeiros, obtendo economias de bilhões de dólares e tornando-se referência mundial.

Essa trajetória de sucesso demonstra que o Seis Sigma não é apenas uma ferramenta estatística, mas sim uma estratégia de gestão poderosa, capaz de gerar ROI comprovado, padronizar processos e criar uma cultura de melhoria contínua.

Onde utilizar a metodologia Seis Sigma?

Por mais que seu uso inicial venha do setor industrial de larga escala, a metodologia Seis Sigma possui uma ampla área de atuação. Com isso, podemos fazer uma análise voltada para a produção de produtos, execução de serviços ou até mesmo gestão e planejamento corporativo.

Além disso, as ferramentas do Seis Sigma podem aparecer tanto em ramos diferentes quanto em setores distintos de uma mesma empresa. Isso é muito comum quando se trabalha com o CEP (Controle Estatístico de Processo). Dessa forma, as famosas Cartas CEP podem ser adaptadas visando a gestão de qualidade da empresa.

Com os objetivos e metas bem estabelecidos, com base na otimização de processos e redução de custos, a metodologia Seis Sigma tem uma adaptação muito grande em diversos ramos. Para isso, é importante entender os principais problemas de um determinado setor ou segmento e, a partir disso, buscar resolvê-los.

Quais são as ferramentas do Seis Sigma?

Por se tratar de uma metodologia inovadora, o Seis Sigma utiliza uma série de ferramentas para facilitar sua implementação e garantir o máximo de resultados. Portanto, além de facilitar resultados, as ferramentas do método auxiliam na medida e definição das metas.

Conheça as mais tradicionais abaixo:

  1. Os 5 Porquês: permite a identificação das causas ou a causa raiz dos problemas dentro do ambiente implementado, seja ele qual for.
  2. 5S: a ferramenta 5S busca otimizar recursos através da organização do espaço de trabalho, eliminando perdas e desperdícios vinculados ao espaço. Os 5S na sequência são: senso de utilização, senso de organização, senso de limpeza, senso de higiene e senso de disciplina.
  3. Diagrama de Pareto: o gráfico de Pareto permite a identificação dos problemas junto com seu grau de intensidade. A ideia-chave da utilização do gráfico é auxiliar na visualização que 20% das causas fontes geram 80% dos problemas dos processos.
  4. Kaizen: através dessa ferramenta é possível identificar pontos de eliminação de desperdícios, tendo como base a aplicação de melhorias de estratégias ligadas ao PDCA. Baseado nisso, idealiza-se o momento de preparação do Kaizen. Logo em seguida, ocorre a implementação das mudanças estabelecidas, e, por fim, há o controle e acompanhamento das mudanças propostas.
  5. Poka-Yoke: os Poka-Yokes são as idealizações à prova de erro. Ou seja, o processo de análises para prevenção e correção de possíveis erros humanos em algum processo. Sendo assim, a presença de Poka-Yokes é muito comum em equipamentos de grande porte ou perigo, justamente para garantir a segurança do operador.

A combinação e a utilização de tais ferramentas, portanto, acelera o processo de eliminação de erros e desperdícios dentro da empresa. Com isso, existem muitos benefícios que surgem após a aplicação, como aumento de eficácia dos processos internos, eliminação de gargalos e defeitos, melhoria nos produtos ou serviços oferecidos e, por fim, aumento da satisfação do cliente.

Quais são os níveis da metodologia Seis Sigma?

A metodologia Seis Sigma é estruturada em uma hierarquia de níveis de conhecimento e responsabilidade, conhecidos como Belts, que representam o avanço na formação e na capacidade de liderar projetos de melhoria.

Cada nível corresponde a um papel específico na estrutura organizacional, permitindo que a metodologia seja aplicada de forma escalável e com clareza de responsabilidades.

  • White Belt (Cinturão Branco): introdução básica ao Seis Sigma, com compreensão geral dos conceitos e da importância da metodologia. Ideal para todos os colaboradores que participam indiretamente de projetos.
  • Yellow Belt (Cinturão Amarelo): conhecimento intermediário que permite participar ativamente de projetos Seis Sigma, coletando dados e auxiliando na análise.
  • Green Belt (Cinturão Verde): habilitação para liderar projetos de média complexidade, aplicando ferramentas estatísticas e o ciclo DMAIC, com orientação de Black Belts.
  • Black Belt (Cinturão Preto): liderança de projetos de alta complexidade e multiplicidade de áreas. Responsável por desenvolver estratégias, analisar dados complexos e formar Green Belts.
  • Master Black Belt ou Champion: nível mais avançado, com foco em treinamento, mentoria e definição de estratégias corporativas Seis Sigma. Atua como referência para toda a organização.

Essa estrutura facilita o desenvolvimento contínuo das competências na organização, tornando a metodologia acessível e alinhada com a realidade do negócio. Entender a hierarquia permite planejar o crescimento da equipe, definir prioridades e estabelecer metas claras para o sucesso do Seis Sigma.

Como aplicar a metodologia Seis Sigma nas empresas?

Agora que você já compreende os princípios, ferramentas e classificações do Seis Sigma, é hora de pensar na aplicação prática dessa metodologia na sua empresa.

O Seis Sigma se inspira na filosofia PDCA (Plan-Do-Check-Act) e tem como foco a eliminação de erros e a melhoria contínua. Esse processo ocorre em conjunto com a medição de desempenho das mudanças implementadas e a avaliação da qualidade dos processos e das pessoas envolvidas, utilizando os conhecimentos adquiridos durante a execução.

Para tanto, o processo de implementação pode ser dividido em duas frentes. A primeira, DMAIC, volta-se para projetos focados em melhorar processos já existentes na empresa. Já a frente que atua com projetos não existentes, ou seja, focados em novos desenhos de produtos, serviços e processos, chama-se DMADV. 

Saiba mais sobre cada uma delas na sequência:

Como funciona o ciclo DMAIC na metodologia Seis Sigma

O anagrama DMAIC (definir, medir, analisar, melhorar e controlar) diz respeito a um roteiro pré-estabelecido para auxiliar na aplicação dos projetos de Seis Sigma. Com as etapas bem definidas, o objetivo central é criar uma solução de problemas de forma estruturada e com foco na melhoria contínua.

1 – Definir

O primeiro passo para o projeto é identificar o problema que necessita de melhoria. A partir disso, avaliar o histórico do problema e, ao mesmo tempo, mapear os processos envolvidos.

Portanto, definindo as metas do projeto de melhoria de forma clara, a equipe saberá por onde deve começar a próxima etapa. Assim, mapeados os processos envolvidos e identificados os desperdícios, a próxima etapa será medir a eficiência e entrega de resultados.

2 – Mensurar

Nesta etapa, é importante medir o sistema existente. Ou seja, antes de buscar melhorias, deve-se entender cada etapa dos processos internos de forma geral. A partir dessa análise, deve-se estabelecer metas viáveis e confiáveis para monitorar o progresso rumo aos objetivos definidos no passo anterior.

3 – Analisar

O objetivo chave da análise é identificar alternativas para eliminar o espaço entre os números atuais e as metas definidas anteriormente. Para tanto, deve-se utilizar dados históricos e sólidos com base em princípios estatísticos.

Assim, para a comprovação de tais análises, muitas empresas realizam benchmarking. Ou seja, trocam informações quanto ao rendimento e qualidade do setor, produto ou serviço analisado pela equipe do projeto Seis Sigma.

Dessa forma, com regras idealizadas, pode-se comprovar que enquanto um concorrente entrega tal resultado, a empresa em questão também pode atingi-lo, implementando as alternativas de melhoria propostas. 

4 – Incrementar

Após a análise de dados, realiza-se a melhoria do processo sem realizar mudanças estruturais. Nessa etapa, a capacidade criativa para encontrar novas soluções e melhorar os processos é um diferencial importante. Então, toda ideia deve ser considerada, pensada e, se for a ideal, feita.

Nesse sentido, a cultura da empresa pode dificultar o processo de desenvolvimento e execução de uma ideia para melhorar os processos. Isso acontece porque a vontade de inovar e melhorar vem de baixo para cima. Portanto, é preciso que os gestores da empresa sempre promovam um ambiente aberto à criatividade e ao desenvolvimento de ideias. Além disso, investir na diversidade da equipe também é uma boa prática aqui.

5 – Controle

Por último, o controle é muito importante para o novo sistema desenvolvido. O objetivo dessa etapa é garantir que as metas alcançadas serão mantidas a longo prazo. 

Dessa maneira, o desenvolvimento de indicadores durante o projeto são essenciais para controlar o desempenho. A partir disso, a maior estabilidade nos processos, um dos pilares da metodologia Seis Sigma, será obtida com maior efetividade.

Diagrama circular do ciclo DMAIC, com cinco etapas representadas em cores diferentes: Definir (verde, com ícone de pessoa com pergunta), Medir (amarelo, com régua), Analisar (laranja, com lupa), Melhorar (azul, com gráfico) e Controlar (cinza, com check).

Como funciona o ciclo DMADV no Seis Sigma para novos processos e produtos

O DMADV – sigla para Definir, Medir, Analisar, Desenhar e Verificar – é uma metodologia estruturada do Seis Sigma, voltada para o desenvolvimento de novos processos, produtos ou serviços com qualidade garantida desde o início.

Diferente do DMAIC, que foca em melhorias de processos já existentes, o DMADV permite planejar e implementar inovações com precisão e eficiência, minimizando riscos e retrabalhos.

Esse ciclo proporciona uma visualização clara das entradas e saídas do novo processo, além de identificar os públicos-alvo e as necessidades específicas que a inovação deve atender. Com isso, a implementação é direcionada, organizada e com maior chance de sucesso, transformando ideias em soluções viáveis e de alto valor agregado.

1 – Definir

Igualmente ao DMAIC, o primeiro passo para o projeto é definir metas que sejam bem claras para os processos e as melhorias que se quer alcançar. Essas metas serão os novos objetivos estratégicos da sua empresa. 

Nesta etapa, é importante estudar os processos que serão envolvidos na novidade. Ao mesmo tempo que se deve dar espaço para todas as ideias, é fundamental levantar todos os pontos para implementação do projeto, sejam eles positivos ou negativos. Dessa forma, as metas serão melhor definidas e o novo projeto melhor direcionado.

2 – Mensurar

Com metas bem definidas, a equipe irá medir a efetividade do sistema atual. Antes de propor melhorias, portanto, é essencial medir o desempenho dos processos internos atuais. 

A partir disso, serão definidas as métricas viáveis e confiáveis para acompanhar o progresso rumo às metas definidas no passo anterior. Para esse acompanhamento, dados deverão ser coletados a partir dos indicadores estabelecidos, para que as próximas etapas tenham uma fonte sólida de informações para acontecerem da melhor forma.

3 – Analisar

A etapa de análise é a última das etapas onde DMAIC e DMADV são semelhantes. Portanto, analisa-se o sistema atual com os dados coletados na etapa anterior, buscando identificar, avaliar e definir o que é mais importante entre as novas possibilidades. 

4 – Desenhar

A etapa Desenhar é dedicada ao desenvolvimento detalhado do novo processo, produto ou serviço, incorporando todas as melhorias identificadas nas fases anteriores. Aqui, o foco é projetar o fluxo completo, com atenção especial a cada detalhe e à planejamento da fase de verificação.

Essa fase é frequentemente uma das mais longas do ciclo DMADV, pois envolve a realização de testes e validações em pequena escala. O objetivo é identificar eventuais falhas ou oportunidades de melhoria antes de escalar a implementação. Caso os resultados sejam positivos, o projeto segue para uma escala maior, garantindo que os ajustes sejam aplicados de forma consistente e eficaz.

Essa abordagem iterativa garante um desenho robusto e eficiente, com menor probabilidade de erros na fase final.

5 – Verificar

Na fase final, o foco está em verificar o desempenho real do novo processo, produto ou serviço. Isso envolve a coleta e análise de todos os indicadores de desempenho definidos anteriormente, comparando o estado atual com a situação inicial e verificando se as metas de melhoria foram atingidas.

Aqui, o uso de ferramentas estatísticas do Seis Sigma, como gráficos de controle e análises de tendência, é fundamental para obter uma visão precisa do impacto gerado. No entanto, mais importante que os números é compreender as razões por trás dos resultados – entender o “porquê” das melhorias ou a causa de eventuais lacunas.

Com essa validação completa, o novo projeto pode ser consolidado e replicado em outros setores ou até em novos segmentos, garantindo que a inovação implementada se torne um diferencial competitivo e sustentável para a empresa

O que é a metodologia Lean Seis Sigma?

A metodologia Lean Seis Sigma combina o poder da análise estatística do Seis Sigma com a filosofia enxuta do Lean Manufacturing, criando uma abordagem completa para melhorar processos, reduzir desperdícios e aumentar a eficiência operacional.

Enquanto o Seis Sigma foca na redução da variabilidade e eliminação de defeitos, o Lean prioriza a eliminação de atividades que não agregam valor, como retrabalhos, esperas e estoques desnecessários. A integração dessas duas metodologias proporciona uma abordagem equilibrada e adaptável, capaz de gerar resultados ainda mais expressivos e sustentáveis.

A Lean Seis Sigma é ideal para empresas que buscam uma transformação cultural contínua, combinando rigor estatístico com agilidade e foco no cliente. Para gestores, essa integração permite não apenas otimizar processos internos, mas também garantir um ambiente de trabalho mais produtivo, padronizado e motivador.

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